A alteração no estatuto da Federação Paraibana de Futebol (FPF), que agora permite reeleições sem limite para a presidência, pode até causar desconforto, mas dificilmente é uma surpresa. A nova regra, que favorece diretamente a atual presidente Michelle Ramalho, repete um padrão antigo da política brasileira: o da permanência prolongada no poder.
Na Paraíba mesmo, não são poucos os municípios comandados por gerações de uma mesma família há décadas. No Congresso Nacional, há parlamentares com 20, 30 anos de mandatos sucessivos, e esse cenário é frequentemente ratificado nas urnas.
Por isso, o debate sobre a reeleição ilimitada na FPF, embora criticável, reflete uma prática amplamente aceita em outras esferas. O incômodo com a perpetuação no futebol deveria ser o mesmo com a política tradicional, mas, na maioria das vezes, não é.