A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana medidas que colocam o peso do ajuste fiscal sobre os trabalhadores. Restrições ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao abono salarial e ao aumento real do salário mínimo foram aprovadas, reforçando a tese de que os mais pobres arcarão com os custos da contenção de gastos.
:: A farra das emendas e o ajuste fiscal seletivo
Por outro lado, propostas que poderiam impactar diretamente a elite política, como o corte de supersalários e o bloqueio efetivo das emendas parlamentares, foram enfraquecidas.
A emenda aprovado pelos nobres deputados limita o bloqueio a até 15% das emendas não impositivas, preservando as verbas que garantem apoio político nas bases eleitorais dos congressistas.
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O descompasso entre o sacrifício imposto aos trabalhadores e a proteção de privilégios políticos evidencia a seletividade do ajuste fiscal.
A conta, mais uma vez, recai sobre os mais vulneráveis, enquanto as bases eleitorais dos parlamentares permanecem preservadas.