Modric x Neymar.
Dois camisas 10 disputaram uma vaga para as quartas de final da Copa do Qatar. Duas personalidades totalmente diferentes.
A meu ver, uma liderança super positiva do Modric. E uma liderança egoísta e, no mínimo, duvidosa, do Neymar.
Dois caras com interesses inversos: um super focado, e o outro super debochado.
Tudo isso entrou em campo nesta sexta-feira, no estádio Cidade da Educação. E, na minha opinião, a vantagem do croata aparece na análise da diferença de personalidade.
No jogo, apareceu toda essa diferença que expus acima.
Modric jogou totalmente para o time, como é do seu feitio. Comandou a cadência e, às vezes, a lentidão da dinâmica de jogo da Croácia.
Aparecia para receber dos pés dos defensores, virava o jogo, se movimentava para dar opção, ditava de que forma a sua equipe iria dar o ritmo da partida.
Já Neymar pegava pouquíssimas vezes na bola, errava muitos passes e dribles, e não dava dinâmica alguma ao jogo da seleção brasileira. Quem fez esse papel foi o Paquetá e o Casemiro.
Tentava jogadas individuais, na maioria das vezes, e não evoluía.
O 10 da Croácia desfilava talento, visão de jogo, noção de tempo e espaço, parecendo um verdadeiro maestro de uma orquestra dependente do seu talento.
O 10 do Brasil, nada. Muitas caras e bocas aparecendo no telão, mas sem influência positiva no jogo brasileiro.
Dessa forma foram os 90 minutos de jogo, com o Brasil um pouco mais agressivo, mas a Croácia tocando a bola como queria, sem ser incomodada.
Na prorrogação tudo estava igual, até o momento em que a Croácia teve a grande chance da partida, que foi desperdiçada na frente do Alisson, com a bola indo por cima da trave.
Na sequência, saiu um lateral e o árbitro deu mais um minuto de acréscimo. Foi quando o Brasil fez a sua melhor jogada da Copa, uma triangulação rápida, e Neymar marcou.
Modric não mudou o seu modo de controlar o jogo e de dirigir em campo o seu time. Com categoria e tranquilidade, ajudou a Croácia chegar ao empate e levar a decisão para os pênaltis.
Final da história: Modric bateu o seu pênalti e fez, enquanto Neymar ficou esperando a sua vez, que nunca chegou.
Passou para a semifinal da Copa do Mundo o melhor número 10, o cara que joga para o seu time e não para si. Ganhou o altruísta, e foi embora o egoísta.
Na realidade, continua na Copa o grande líder. E o outro? Bem, o outro foi embora.