Apesar da redução de R$ 0,17 no preço da gasolina A anunciada pela Petrobras na última segunda-feira (2), os consumidores da Paraíba ainda não viram queda nos postos. O novo valor, de R$ 2,85 por litro, representa um corte de 5,6% no preço de venda às distribuidoras. Mesmo assim, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis da Paraíba (Sinpetro-PB), Omar Hamad, afirma que “não há previsão de redução nas bombas”.
Segundo Hamad, o sistema de comercialização é complexo. “O posto não compra diretamente da Petrobras. Há um atravessador no meio — Vibra, Shell, Ipiranga… São as distribuidoras. E a maioria delas ainda não repassou esse desconto, ou nem o recebeu”, explicou. Ele também destacou que parte significativa do combustível que abastece a Paraíba vem de refinarias da Bahia e do Rio Grande do Norte, muitas vezes com base no mercado internacional. “Hoje, o produto da Petrobras representa no máximo 60% do que chega ao Norte e Nordeste.”
A percepção do consumidor de que os aumentos são repassados rapidamente, mas as quedas demoram, também foi comentada. “Quando o preço sobe, o repasse é imediato. Antes mesmo da mudança, o sistema dos postos já trava. Mas quando é redução, ninguém sabe se e quando vai chegar. E a culpa recai sobre nós, que não temos controle sobre isso”, afirmou Hamad.
Diante do cenário, o PROCON de João Pessoa notificou formalmente o Sinpetro-PB nesta quarta-feira (4). A entidade tem 24 horas para prestar esclarecimentos sobre o motivo da ausência de repasse da redução anunciada pela Petrobras.
