Melhor Filme Internacional

Walter Salles dedica Oscar inédito à Eunice Paiva: “Decidiu não se dobrar, mas resistir”

mauriliojunior.com

'Ainda estou aqui' leva Oscar de melhor filme internacional — Foto: Carlos Barria/Reuters
Maurílio Júnior

O Brasil fez história na noite deste domingo (2) ao conquistar, pela primeira vez, o Oscar na categoria Melhor Filme Internacional com o longa “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles. Em um discurso emocionante, o cineasta dedicou a estatueta à advogada e ativista Eunice Paiva, figura central do filme, que lutou por justiça após o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar no Brasil.

“Isso vai para uma mulher que, após uma perda sofrida durante um regime autoritário, decidiu não se dobrar, mas resistir. Esse prêmio é para ela: o nome dela é Eunice Paiva.” — Walter Salles, em discurso no Oscar 2025

Homenagem às mulheres que fizeram história

Durante o discurso, Walter Salles também prestou homenagem às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que interpretam Eunice Paiva em diferentes fases da vida na trama.

“Esse prêmio também vai para as mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.”

A presença de mãe e filha no mesmo filme emocionou o público e marcou um momento simbólico na celebração da força feminina diante da repressão e da violência política.

A trajetória de Eunice Paiva nas telas

O filme narra a luta incansável de Eunice Paiva para descobrir o paradeiro do marido, Rubens Paiva, ex-deputado federal cassado e assassinado pelo regime militar em 1971, nas dependências do DOI-CODI, no Rio de Janeiro.

A advogada dedicou sua vida à busca pela verdade e à defesa dos direitos humanos, tornando-se uma referência na luta pela memória e justiça no Brasil.

Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação, foi aclamada pela crítica pela intensidade com que interpretou a protagonista, revelando a dor e a força de uma mulher que nunca desistiu de sua luta.