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Análise: simpatia de Hugo Motta contra Ficha Limpa contradiz imagem de renovação

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Maurílio Júnior

Menos de uma semana após assumir a presidência da Câmara dos Deputados, o paraibano Hugo Motta (Republicanos) já enfrenta um tema delicado do ponto de vista popular: a sugestão de rever a inelegibilidade de oito anos prevista na Lei da Ficha Limpa. Segundo ele, o período atual é “extenso”, mas a proposta soa mais como um aceno aos políticos do que uma demanda real da sociedade.

A Ficha Limpa foi uma conquista histórica, fruto de ampla mobilização popular para barrar candidaturas de condenados por corrupção e improbidade. Qualquer tentativa de flexibilização levanta questionamentos sobre a quem realmente serviria essa mudança. Afinal, não há pressão das ruas para reduzir punições a quem já burlou as regras.

O questionamento de Motta sobre a lei em nada combina com a imagem de jovialidade que o deputado paraibano, de 35 anos, tenta projetar em suas redes sociais. Mais jovem presidente da história da Câmara, ele busca um tom moderno e renovador, mas a defesa de um abrandamento na Ficha Limpa soa como um gesto antigo da política tradicional.

Em vez de sugerir a revisão das penas, o caminho mais coerente seria buscar o fortalecimento da lei, garantindo que ela cumpra seu propósito de proteger a integridade do processo eleitoral e da gestão pública.