Advogados acusam presidente da OAB-PB de usar paridade de gênero como manobra eleitoral

Aproveitando a eleição do quinto constitucional, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Paraíba (OAB-PB) Harrison Targino articulou a pauta da paridade para obter vantagem política, buscando cativar principalmente a advocacia feminina.

Diversos advogados apontaram que a estratégia, que transforma a lista sêxtupla em duas listas tríplices (uma para advogados, e outra para advogadas), é uma manobra política visando conquistar votos de advogadas para o pleito eleitoral da OAB em novembro. O que se destaca é a imagem de um interesse meramente político na temática, vez que Targino ficou marcado por seus posicionamentos contundentemente contrários em um passado nem tão distante assim.

Segundo críticos, incluindo membros do Conselho Estadual, essa jogada compromete o princípio da representatividade, o que acabaria por prejudicar as advogadas concorrentes ao quinto. Além disso, a medida desrespeita o voto da categoria, que decide a composição da lista sêxtupla.

Pela nova sistemática, a escolha dos eleitores pode ser desconsiderada, uma vez que a lista sêxtupla será substituída por duas listas tríplices. Dessa forma, advogados e advogadas comporão as listas mesmo sem a votação necessária, minando a representatividade e desrespeitando o voto democrático.

Curiosamente, Harrison Targino, que agora busca promover a pauta da paridade, era contrário a essa ideia em 2020, quando era conselheiro federal da OAB. Sua oposição à pauta, inclusive, pesou e quase inviabilizou sua candidatura à presidência devido à pressão de muitas advogadas. Na época, durante a campanha, a temática foi fortemente evitada pelo então candidato, na tentativa de não cair em saia justa com a advocacia feminina.

Ao apoiar a paridade no quinto constitucional, Targino busca limpar sua barra frente a uma advocacia progressista, o que parece ter sido uma jogada política pela qual busca benesses importantes à sua caminhada neste ano eleitoral.

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