O episódio envolvendo o cantor paraibano Flávio José na segunda noite do ‘Maior São João do Mundo’, em Campina Grande, foi em todos os aspectos lamentável. Antes, durante e depois do ocorrido, com as justificativas que soam como deboche.
Falhou a empresa organizadora do São João, pela insensibilidade com um dos grandes nomes da nossa cultura, e também a Prefeitura de Campina Grande. Não deveria a gestão municipal se eximir em relação ao que acontece no São João, um patrimônio do estado, por mais que a festa tenha sido 100% privatizada.
O caso de Flávio José, no entanto, vai além e suscita uma reflexão por parte de nós paraibanos. Por que, mesmo sendo celeiro de grandes nomes da cultura e da música popular do país, não valorizamos estes artistas? É até compreensível que muitos destes não tenham lá grande identificação com a Paraíba.
Cito aqui Ariano Suassuna e Elba Ramalho, que mesmo sendo paraibanos, possuiu e possui uma ligação muito mais forte com Pernambuco, este sim um estado de um povo orgulhoso de suas raízes. Seja na cultura ou no esporte.
Ou alguém imagina que um caso como este envolvendo Flávio José aconteceria com Alceu Valença no Carnaval ou no próprio São João de Pernambuco¿ Nunca, nunquinha! Aconteceria isto com Gilberto Gil, Caetano Veloso ou Ivete Sangalo no Carnaval de Salvador? Jamais!
É uma pena que uma lenda do forró como Flávio José tenha nascido no estado errado.