“Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”, disse General Heleno a Bolsonaro; PF encontra gravação

O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e general Augusto Heleno defendeu em reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em julho de 2022, que o governo “virasse a mesa” antes das eleições para garantir a reeleição de Bolsonaro na eleição que viria em outubro daquele ano.
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(G1) O então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e general Augusto Heleno defendeu em reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em julho de 2022, que o governo “virasse a mesa” antes das eleições para garantir a reeleição de Bolsonaro na eleição que viria em outubro daquele ano.

“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, afirmou Heleno na reunião.

“Eu acho que as coisas têm que ser feitas antes das eleições. E vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, prossegue o então ministro do GSI.

A descrição da reunião ocupa mais de 10 páginas da decisão assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e que resultou na operação Tempus Veritatus, deflagrada nesta quinta (8).

Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva – três dos alvos já foram presos.

Reunião para discutir o golpe
Segundo o relatório da PF, a reunião da “alta cúpula do governo federal” no dia 5 de julho foi convocada por Jair Bolsonaro.

Estavam lá também os ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes, e do ex-chefe da Casa Civil e futuro candidato a vice de Bolsonaro, Braga Netto.

Uma gravação dessa reunião foi apreendida no computador do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Barbosa Cid.

De acordo com o resumo da PF, os membros do encontro, “todos ora investigados, prestando-se o ato a reforçar aos presentes a ilícita desinformação contra a Justiça Eleitoral, apontando o argumento de que as Forças Armadas e os órgãos de inteligência do Governo Federal detinham ciência das fraudes e ratificavam a narrativa mentirosa apresentada pelo então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.

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