Zé Maranhão e o fim de uma era na Paraíba

A história política recente da Paraíba está diretamente ligada a José Maranhão — Imagem: Divulgação

Eleição só começa com José Maranhão. Era o que se ouvia em muitas rodas de conversas na Paraíba. Em tom de brincadeira ou não, a longevidade de Maranhão na política impressionava.

Com 87 anos, o ararunense era sinônimo de saúde. A política e a aviação — certamente suas grandes paixões depois da família — também entram nesse rol. E foi com este roteiro que o mestre de obras pegou o seu último voo.

Foram 71 dias internado em São Paulo, lutando incansavelmente pela vida, digno realmente de uma saúde de ferro. O adversário foi o pior já enfrentado: a Covid-19. Quis o destino que, a política, instrumento que tão bem Maranhão usou a favor, fosse a armadilha.

Com quase 90 anos e parte do grupo de risco, o respeitado político — coisa rara no tempo de hoje — caiu no enganoso sentimento de onipotência.

Com uma energia de poucos, José Maranhão participou ativamente das últimas eleições municipais — especialmente em João Pessoa, quando abraçou a candidatura do radialista Nilvan Ferreira, derrotado para Cícero Lucena no mesmo dia do diagnostico para coronavírus.

Foi fazendo o que mais gostava que Zé morreu. Foi na política. E ela não será mais a mesma a partir de agora. Junto com Maranhão, uma página significativa da Paraíba vai junto.

A história política recente do estado está diretamente ligada ao então decano do Senado. Da emblemática convenção do PMDB em 1998, que resultou no rompimento com o ex-governador Ronaldo Cunha Lima, a cassação de Cássio Cunha Lima, filho de Ronaldo, em 2008, adversário de Maranhão pelo Governo do Estado dois anos antes.

É o fim de uma era.

COMPARTILHE:
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Anterior
Racha: Efraim abre a porta da rua para Rodrigo Maia

Racha: Efraim abre a porta da rua para Rodrigo Maia

O paraibano Efraim Filho, líder do Democratas na Câmara dos Deputados, abriu a

Próximo
Visando mandato popular, cartola faz FPF de palanque

Visando mandato popular, cartola faz FPF de palanque

Michelle Ramalho, presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), quer

Você também pode gostar