Lei do couvert artístico: Myra Maya critica estagnação nos cachês da noite: “De 2010 pra cá, nada mudou”

Artista compara valores pagos atualmente com os de 15 anos atrás e defende remuneração mais digna
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Mira Maya — Foto: Alysson Porto/Divulgação

A cantora e compositora Myra Maya, que também é enfermeira especializada em centro cirúrgico, entrou no debate sobre a nova lei do couvert artístico sancionada na Paraíba. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela defendeu os músicos e comparou os cachês pagos hoje com os valores que recebia em 2009 e 2010 – revelando que, mesmo após 15 anos, o pagamento por apresentações em bares praticamente não mudou.

“Ali por 2009, 2010, o valor que eu recebia para cantar de 2 a 3 horas num bar à noite era de R$ 200. Esse valor era mais ou menos equivalente a um plantão de 12 horas de enfermagem. Hoje, em 2025, o cachê continua o mesmo. Tudo subiu, menos isso”, disse.

Myra lembrou que, naquela época, passou a investir mais na carreira musical do que na enfermagem, por considerar que a música proporcionava mais alegria e, em alguns momentos, até renda superior. “Comecei a fazer agendas maiores e construir uma renda mensal muito mais interessante como cantora do que como enfermeira”, relatou.

Ela criticou a falta de reajuste nos valores pagos aos músicos da noite, mesmo com o aumento geral do custo de vida. Para a artista, a música é vista de forma lúdica por quem consome, mas para o músico, é trabalho – com custos reais e compromissos financeiros como qualquer outra profissão.

“Você paga R$ 15 no couvert e acha que está fazendo muito. Mas o músico gastou com instrumento, manutenção, transporte e precisa pagar contas como qualquer trabalhador. E ainda tem que sorrir, mesmo desvalorizado”, afirmou.

Myra defendeu o debate equilibrado sobre a nova legislação, que obriga o repasse integral do valor do couvert artístico aos músicos, mas sem transformar o tema em confronto entre artistas e donos de bares.

“Não se trata de punir um lado ou outro. Mas é preciso garantir um piso mínimo digno para os músicos, que ajudam a movimentar os estabelecimentos. É preciso reconhecer que isso é trabalho”, concluiu.

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