Anunciada com o discurso de modernização e profissionalismo no futebol paraibano, a Belo SAF, que assumiu a gestão do Botafogo da Paraíba, acumula mais polêmicas do que resultados dentro de campo desde o início da sua atuação.
Logo após o vice-campeonato paraibano, o clube decidiu encerrar o vínculo com o então técnico João Burse. A escolha pelo substituto, Antônio Carlos Zago, gerou ruído desde o início: o treinador ainda tinha vínculo com o The Strongest, da Bolívia, e, mesmo antes de conseguir liberação oficial, foi anunciado pela SAF como novo comandante.
Zago só se apresentou ao clube após alguns dias de indefinição. Em campo, estreou com vitória na Série C, mas acumulou uma sequência de cinco partidas sem vencer. O desempenho foi insuficiente para manter o técnico no cargo, e a diretoria optou pela demissão. A Belo SAF também decidiu não ser transparente em relação ao pagamento de uma possível multa ao agora ex-técnico.
Outro episódio que gerou desgaste com a torcida foi a venda do mando de campo no jogo contra o Flamengo, pela terceira fase da Copa do Brasil. O clube chegou a divulgar que a partida seria realizada em João Pessoa e até anunciou os preços dos ingressos. No entanto, voltou atrás e vendeu o mando, o que provocou frustração e críticas de torcedores e imprensa.
A gestão também mexeu em um dos símbolos mais tradicionais do clube: a camisa listrada, prevista no estatuto do Botafogo-PB, foi retirada do uniforme oficial.
Para o lugar de Zago, o clube contratou Márcio Fernandes, que estava sem clube após passagem discreta pela Inter de Limeira, onde não conseguiu vencer nenhuma partida no Paulistão. Ele agora assume a missão de reverter a má fase do Botafogo-PB na Série C.
O momento é de instabilidade. Prometida como um novo capítulo na história do clube, a SAF acumula decisões questionadas, desgaste com a torcida e uma campanha irregular. A expectativa por uma gestão moderna e eficiente ainda não se traduziu em resultados dentro de campo, nem fora dele.