Prefeitura de João Pessoa avalia recurso contra decisão que derrubou flexibilização da Lei do Gabarito

Rougger Guerra aponta preocupações com efeitos retroativos e possíveis impactos no setor da construção civil
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Praia de João Pessoa — Foto: Quel Valentim / Secom-JP

O secretário de Articulação Política e Gestão Governamental de João Pessoa, Rougger Guerra, afirmou nesta quinta-feira (11) que a Prefeitura está avaliando recorrer da decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) que declarou a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 166/2024, que alterou o Plano Diretor da Capital e flexibilizou as regras da chamada Lei do Gabarito para construções na orla.

— O que o tribunal julgou ontem de forma, na minha visão, equivocada, e quando eu falo equivocada eu não digo no sentido dos efeitos da modulação da decisão, não do mérito propriamente — afirmou o secretário, em entrevista à Arapuan FM.

Segundo Rougger, o TJ entendeu que as emendas inseridas pelos vereadores durante a tramitação do projeto deveriam ter passado por novas audiências públicas, mesmo após o debate realizado durante a elaboração da proposta original.

— O tribunal decidiu que, apesar da Luz [Lei de Uso e Ocupação do Solo] e do Plano Diretor terem sido intensamente debatidos em inúmeras audiências públicas realizadas com toda a sociedade na Câmara Municipal, ocorreram muitas emendas na tramitação do projeto, e essas emendas, no entendimento do TJ, precisavam também ser objeto de audiências públicas — explicou.

A preocupação principal da gestão, segundo Rougger, não está apenas na validade da norma, mas nos efeitos retroativos da decisão, que podem atingir empreendimentos já licenciados.

— O tribunal, quando torna a lei formal e materialmente inconstitucional, faz os efeitos dessa decisão retroagirem até a promulgação da lei. E isso pode trazer alguns problemas de ordem burocrática, de ordem legal para a situação de alguns imóveis que tiveram seus processos de habite-se julgados, processados ao longo desse tempo entre a publicação da lei e a decisão do tribunal.

Rougger informou que a Procuradoria-Geral do Município está analisando a possibilidade de recurso, seja no próprio TJ-PB ou em instâncias superiores.

— Essa modulação talvez devesse ter sido melhor analisada, mas obviamente respeitamos a decisão do tribunal e iremos analisar a possibilidade de recurso — concluiu.

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