O presidente da Câmara dos Deputados, paraibano Hugo Motta (Republicanos), e o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) entraram em colisão após o plenário da Câmara dos Deputados aprovar, com apoio do governo e partidos do Centrão, a suspensão de seis meses do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), e não a cassação do mandato como previa parecer do Conselho de Ética.
Irritado com o desfecho, Lira afirmou que a gestão de Motta é uma “esculhambação” e que é preciso “reorganizar a Casa”. Hugo Motta reagiu dizendo que “a Presidência da Câmara não se move por conveniências individuais, nem deve servir como ferramenta de revanchismo”.
O estopim da crítica de Lira foi a derrota da articulação que buscava confirmar a cassação de Glauber. O ex-presidente da Câmara considera o deputado do PSOL como inimigo. O partido de Glauber apresentou uma emenda substitutiva para aplicar apenas a suspensão de seis meses, medida aprovada por 318 votos.
Motta afirmou ainda que exerce suas funções com “seriedade, equilíbrio e abertura ao diálogo”, reforçando que seu papel é garantir que todas as vozes parlamentares sejam ouvidas e que o funcionamento da Casa ocorra com respeito institucional.
A decisão foi considerada uma vitória do governo e da esquerda. Glauber comemorou o resultado ao lado de aliados no plenário. O parlamentar foi acusado de quebra de decoro por agredir, com chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, em abril. Glauber alegou que o militante teria ofendido sua mãe já falecida, Saudade Braga.