Antes de morrer em consequência de complicações cardíacas, em São Paulo, o ex-governador Tarcísio Burity pediu que a sua esposa, historiadora Glauce Burity, escrevesse sobre o Atentado do Gulliver, no qual o político fora vítima do que ele, enquanto cientista do Direito, classificava como “tentativa de homicídio qualificado”. A revelação foi feita pela viúva durante entrevista ao Programa Hora H, da TV Norte (RedeTV).
No programa, Glauce contou qual foi sua resposta à época do pedido do marido. “Vai me magoar muito mas eu vou escrever para as próximas gerações. Tarcísio não foi o vilão, mas foi, na verdade, a vítima. Eu não chamo de episódio, foi uma tentativa de homicídio. Foi um crime”.
No livro “Tarcísio Burity; o intelectual na política paraibana”, que será lançado no próximo dia 4 de dezembro, às 19h, no Espaço Cultural, construído pelo então governador, Glauce prometeu que vai dar nomes aos políticos que estimularam o atentado, ignoraram a vítima baleada e deram fugam a Ronaldo Cunha Lima, governador da época, e autor dos tiros disparados em pleno tarde de almoço no Restaurante Gulliver, em João Pessoa, no começo da década de 1990.
Sequelas do atentado
Vinte e dois anos depois da morte de Burity, a viúva não tem dúvidas: o ex-governador morreu vítima das sequelas do atentado sofrido. “Foram sequelas do atentado. Tarcísio era o homem mais sadio que existia. A partir do tiro ele sofreu grandes sequelas psíquicas e físicas”.
O pedido de perdão
Na entrevista, Glauce Burity também comentou a tentativa de um encontro para um pedido de perdão do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, que terminou não sendo aceita por Burity e familiares.
Para Glauce, o gesto não convenceu a família da sinceridade dos motivos. “Eu achava que não tinha sinceridade nesse pedido. Ele queria publicidade, sair a foto no jornal, se abraçando, chorando”.