O governo do Rio de Janeiro realizou nesta terça-feira (28) a Operação Contenção, ação das forças estaduais contra a expansão territorial do Comando Vermelho, que o Executivo estadual classificou como a operação policial mais letal da história do estado, com 64 pessoas mortas entre suspeitos, civis e policiais.
A operação atuou nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte, onde equipes cumpriram 69 mandados de prisão em 180 endereços, prenderam 81 pessoas e apreenderam, até o momento, 31 fuzis; foram também registradas prisões e apreensão de armamento na rua Uranos. Segundo o governo, criminosos utilizaram drones para lançar bombas e houve barricadas nas vias; seis pessoas foram baleadas, incluindo três inocentes.
O governador Cláudio Castro definiu a ação como além da segurança pública e criticou a falta de apoio federal. “Essa operação de hoje tem muito pouco a ver com segurança pública. É um estado de defesa. Não é mais só responsabilidade do estado, excede as nossas competências. Já era pra ter um trabalho de integração com as forças federais. O Rio está sozinho.” Ele também afirmou que a operação teve “mais de um ano de investigação, mais de 60 dias de planejamento” e chamou os alvos de “narcoterroristas”.
A Promotoria e o Gaeco já vinham investigando a expansão do Comando Vermelho na região, com denúncias contra lideranças como Edgar Alves de Andrade (Doca) e outros apontados por coordenar o tráfico e a logística.
O secretário de Segurança, Victor Santos, destacou o desafio territorial. “Estamos falando de 9 milhões de metros quadrados de desordem urbana [nos complexos do Alemão e da Penha], com becos intransitáveis, casas irregulares e criminosos que dominam o território. É impossível enfrentar isso apenas com o efetivo do estado.”
A operação mobilizou Core, COE, blindados, helicópteros e equipes especializadas; moradores relatam tiroteios e dificuldades de circulação, e unidades de saúde locais suspenderam parte do atendimento.