Conselho da Câmara rejeita cassação de Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA desde março

Relatório que arquiva representação contra Eduardo Bolsonaro alega proteção por imunidade parlamentar
COMPARTILHE:
Deputado federal Eduardo Bolsonaro

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu, nesta quarta-feira (22), arquivar o processo que pedia a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Por 11 votos a 7, os parlamentares acompanharam o parecer do relator, Marcelo Freitas (União Brasil-MG), que considerou o pedido “inadmissível”.

A representação havia sido apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com a alegação de que Eduardo cometeu quebra de decoro parlamentar ao atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e incentivar que autoridades estrangeiras, nos Estados Unidos, impusessem sanções ao Brasil. Entre as medidas apoiadas pelo deputado estavam a suspensão de vistos, bloqueio de bens e punições direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, com base na chamada Lei Magnitsky, utilizada pelo governo Donald Trump.

O relator, no entanto, argumentou que as declarações de Eduardo Bolsonaro estariam protegidas pela imunidade parlamentar, por configurarem “crítica política”. Marcelo Freitas ainda classificou como “absurdo jurídico” responsabilizar o deputado por decisões de outro país.

“A responsabilização de um parlamentar por ato de governo estrangeiro equivaleria a negar a soberania dos Estados e violar o princípio da extraterritorialidade das leis nacionais”, justificou.

Eduardo está nos Estados Unidos desde março deste ano. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por coação, obstrução da justiça e atentado à soberania nacional, acusando-o de atuar nos EUA para prejudicar a imagem do Brasil no exterior e pressionar autoridades brasileiras.

Parlamentares da base governista, como Chico Alencar (PSOL-RJ), protestaram contra a decisão.

“Arquivar esse processo sem qualquer investigação mínima é dizer que ética e decoro não existem mais no Parlamento brasileiro”, afirmou.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também criticou o desfecho e classificou o arquivamento como “uma vergonha”. Ele declarou que o partido irá recorrer da decisão em plenário e já iniciou a coleta de assinaturas para o recurso.

COMPARTILHE:

Deixe o seu comentário

Anterior
Esquentou o clima entre os irmãos Morais e Veneziano

Esquentou o clima entre os irmãos Morais e Veneziano

George Morais tratou movimento de Veneziano como "desrespeitoso"

Próximo
Pollyanna reforça protagonismo do Nordeste durante encontro regional do FONSEAS na Paraíba

Pollyanna reforça protagonismo do Nordeste durante encontro regional do FONSEAS na Paraíba

Durante a abertura, Pollyanna destacou a importância do papel do Nordeste nas

Você também pode gostar