Caso Alliance: laudo revela que Sudema autorizou obra, mas proibia derrubada de coqueiros na praia de Camboinha

Moradores denunciam derrubada de coqueiros centenários durante obra na orla de Camboinha, apesar de licença da Sudema determinar preservação total da vegetação
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Obra de calçadão em APP começa com remoção de coqueiros em Camboinha

Um documento oficial da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) revela uma grave contradição no processo de urbanização da orla de Camboinha, em Cabedelo. A Licença de Instalação nº 2794/2025 autorizava a execução da obra entre as ruas Karina Zagel Mendonça e Maurílio Alves, mas impunha a preservação integral das árvores e coqueiros nativos no trecho.

Segundo o item 11 da licença, “a execução da obra deverá assegurar a preservação integral das árvores e coqueiros nativos existentes na área de intervenção, sendo vedada a derrubada ou supressão de espécimes arbóreos sem prévia autorização da Sudema, devendo ser garantida a manutenção da vegetação de sombreamento e da identidade paisagística local”. No entanto, moradores denunciam que coqueiros com mais de 50 anos foram removidos para dar lugar à construção de um calçadão.

A derrubada das árvores gerou indignação nas comunidades de Camboinha e Areia Dourada. A associação de moradores critica a atuação do Ministério Público Federal, que teria autorizado a intervenção de forma acelerada, sem debate público e sem esclarecer o conflito entre a autorização para a obra e as cláusulas ambientais da licença.

No dia seguinte à derrubada, decisões da Justiça Federal e da Justiça Estadual determinaram a suspensão imediata das obras, reconhecendo o risco de danos irreversíveis ao ecossistema. No entanto, o prejuízo ambiental já estava consumado. Agora, os moradores aguardam posicionamentos oficiais da Sudema e do MPF sobre eventuais medidas de reparação e responsabilização.

A obra foi autorizada por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura de Cabedelo, o Ministério Público Federal (MPF) e a construtora Alliance Bahay, como forma de compensação por danos ambientais causados na Área de Preservação Permanente (APP) do maceió de Ponta de Campina. O TAC foi assinado no âmbito de um inquérito que apurava a instalação de uma ponte suspensa sobre o curso d’água.

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