Condomínios de luxo avançam sobre mata e desmatamento cresce na Hilton Souto Maior, em João Pessoa; vídeo

Na Avenida Hilton Souto Maior, por exemplo, com destino à Praia do Seixas, o verde tem dado lugar ao barro das obras
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Foto: Tacio Sousa (à esquerda 2021) e Maurílio Júnior (à direita 10/2025)

João Pessoa, antes referência nacional em áreas verdes, segue perdendo sua vegetação em ritmo acelerado. O desmatamento urbano avança em bairros como o da Avenida Hilton Souto Maior, onde novas construções de condomínios de luxo, como o mais recente empreendimento da Construtora Alliance, têm substituído o verde pelo barro das obras.

O projeto está situado em uma zona classificada como adensável pelo Plano Diretor da cidade. Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Welison Silveira, o empreendimento cumpre os critérios legais. “Você pode fazer a supressão [de árvores]? Pode. Pela Lei da Mata Atlântica, é possível preservar entre 10% e 25%, dependendo do grau de regeneração. No caso ali, o inventário arbóreo previu 10% de preservação, e o restante será compensado”, explicou ao @blogmauriliojunior.

A reportagem tentou contato com a secretária de Meio Ambiente da Paraíba, Rafaela Camaraense, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto também para manifestação da Construtora Alliance.

A capital paraibana saiu da lista das 10 capitais mais arborizadas do Brasil, segundo dados do Censo 2022 do IBGE, divulgado em abril deste ano. Em 2010, João Pessoa ocupava a 6ª colocação, com 78,1% de arborização. Hoje, não aparece sequer entre as 15 primeiras colocadas. Além disso, o estudo Global Forest Change apontou que 224 hectares de vegetação foram perdidos entre 2021 e 2022, e pesquisadores da UFPB estimam 863 hectares desmatados nos últimos 20 anos.

A percepção dos moradores é de que o verde está desaparecendo a olho nu. O avanço de empreendimentos privados em áreas antes marcadas por vegetação nativa reforça a sensação de que João Pessoa já não é mais “a cidade verde” do passado — e que o crescimento urbano, sem equilíbrio com a preservação ambiental, tem cobrado seu preço.

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