Os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça) foram alertados ainda em 2019 sobre práticas de descontos irregulares aplicados a aposentados do INSS. Os casos antecipavam o esquema que, anos depois, ficou conhecido como a “Farra do INSS” e se tornou alvo de investigação da Polícia Federal.
Documentos da época mostram que Moro recebeu informações formais em agosto de 2019, quando o então diretor do Procon-SP, Fernando Capez, levou ao Ministério da Justiça denúncias de cobranças abusivas em benefícios previdenciários. Segundo a assessoria do atual senador, após o encontro algumas entidades suspeitas foram descredenciadas.
Já Paulo Guedes foi informado por meio de requerimento de um deputado federal. Em abril de 2019, o então ministro assinou resposta encaminhada ao parlamentar reconhecendo que denúncias semelhantes estavam em análise. O documento foi revelado na CPMI do INSS, realizada neste mês no Congresso Nacional.
Além dos dois ministros, pelo menos quatro órgãos de fiscalização comunicaram ao INSS, ainda em 2019, a existência de reclamações formais sobre os descontos indevidos.