Campina Grande aparece na 193ª colocação no Ranking de Competitividade dos Municípios 2025, após recuar 116 posições em relação ao ano anterior. No recorte regional, a cidade também perdeu desempenho, caindo 17 posições e ficando agora em 40º lugar entre os municípios do Nordeste.
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O levantamento é realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e avalia 415 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes. A análise leva em consideração 65 indicadores organizados em 13 pilares, que abrangem áreas como saúde, educação, economia, segurança, gestão pública e infraestrutura.
Queda acentuada na educação e no mercado de trabalho
Na qualidade da educação, Campina Grande caiu 103 posições e agora está em 298º lugar. O recuo foi puxado principalmente pelo desempenho no IDEB: o município caiu 133 posições nos anos finais do ensino fundamental (361º lugar) e 206 posições no ensino médio (306º lugar).
No pilar de acesso à educação, Campina está em 205º lugar, com queda de 11 posições. Houve queda em quase todos os indicadores: -28 na taxa de atendimento da educação infantil, -15 na taxa de matrícula do ensino médio e -14 em alunos em tempo integral na educação infantil.
A situação também é crítica na inserção econômica, com queda de 40 posições (297º lugar). O destaque negativo foi o indicador de crescimento dos empregos formais, onde Campina caiu 151 posições e aparece agora em 399º lugar. A formalidade no mercado de trabalho também recuou 48 posições.
Avanço expressivo no acesso à saúde, mas com desequilíbrios
No pilar de acesso à saúde, Campina subiu 231 posições e ocupa agora o 69º lugar nacional. O maior destaque foi a cobertura da atenção primária, que alcançou a 3ª colocação do país com avanço de 231 posições.
No entanto, o município teve recuos em outros indicadores do mesmo pilar: caiu 21 posições na cobertura de saúde suplementar (267º lugar), 24 posições na cobertura vacinal (352º) e 118 posições no atendimento pré-natal (391º).
Em qualidade da saúde, Campina subiu 12 posições, chegando ao 189º lugar. Os destaques foram a melhora na desnutrição infantil (+67 posições) e na mortalidade por causas evitáveis (+29). Ainda assim, houve quedas nos indicadores de mortalidade materna, obesidade infantil e mortalidade infantil.
Gestão pública, finanças e máquina administrativa em queda
Campina Grande ocupa o 323º lugar no pilar Funcionamento da Máquina Pública, com recuo de 62 posições. O pior desempenho foi no indicador de qualificação do servidor, com queda de 381 posições, chegando à 391ª colocação.
Em sustentabilidade fiscal, a cidade está entre as últimas do ranking: 369º lugar, mesmo com avanço de duas posições. A taxa de investimento subiu 91 posições (233º), mas a despesa com pessoal caiu 44 posições e o endividamento está entre os piores do país (383º lugar).
Segurança e inovação mostram bons resultados
A segurança pública foi um dos destaques positivos. Campina subiu 67 posições e ocupa agora o 249º lugar geral. O município está entre os cinco melhores no país em mortes violentas intencionais, ocupando a 148ª colocação com avanço de 51 posições.
Também houve melhora em mortalidade de jovens por razões de segurança (+53), mortes por causas indeterminadas (+19) e leve queda em morbidade por acidentes de transporte, que caiu 88 posições.
No pilar de inovação e dinamismo econômico, Campina cresceu 54 posições, chegando ao 122º lugar. A cidade se destaca nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento científico (19º lugar) e crescimento da renda média formal, com avanço de 194 posições, ocupando agora o 108º lugar.
Telecomunicações: avanço tímido, mas constante
Campina Grande ocupa o 244º lugar no pilar de telecomunicações, com crescimento de 33 posições. Os melhores resultados foram no acesso à telefonia 4G (+85 posições) e na telefonia móvel (+5).
Já os acessos de banda larga apresentaram recuos: banda larga em geral caiu 14 posições (251º), banda larga por fibra ótica caiu 23 (245º) e alta velocidade caiu 13 posições (92º).
Saneamento: destaque na coleta, mas queda em indicadores essenciais
O pilar de saneamento teve queda de 35 posições, com Campina em 96º lugar. O município tem excelente colocação na coleta de resíduos domésticos (1º lugar) e também em destinação do lixo (1º lugar).
Entretanto, houve quedas nos principais indicadores: abastecimento de água (-63 posições), perdas na distribuição (-17), cobertura da coleta de esgoto (-86) e perdas no faturamento (-3). Apenas a cobertura do tratamento de esgoto teve avanço (+12 posições, 134º lugar).
Capital humano e formação técnica em queda
No pilar de capital humano, Campina caiu 116 posições e agora está em 193º lugar. O maior recuo foi na qualificação dos trabalhadores em empregos formais, que perdeu 167 posições.
A taxa de matrícula no ensino técnico caiu 50 posições (296º), enquanto a taxa no ensino superior avançou 4 lugares, alcançando a 44ª posição.