O advogado Luiz Pereira, que representa os seis policiais militares alvos da operação Arcus Pontis, deflagrada nesta segunda-feira (18), se manifestou após os mandados de prisão temporária e busca e apreensão cumpridos contra os agentes. Ele defendeu a atuação dos policiais na ação que resultou na morte de cinco pessoas no bairro Valentina, em fevereiro deste ano.
“Não estamos tratando de policiais envolvidos com tráfico, milícia ou extorsão. São policiais condecorados, com promoções por bravura e relevantes serviços prestados. Um deles, inclusive, é recordista de apreensão de armas na história da Paraíba”, afirmou em entrevista na manhã de hoje.
Segundo o advogado, os agentes agiram durante uma abordagem a suspeitos fortemente armados, que estariam se preparando para cometer um ataque em Conde, em retaliação a um feminicídio ocorrido horas antes. “Eles tinham armamento adequado, estavam posicionados para contenção e enfrentaram um confronto. Os indivíduos foram baleados, socorridos e os policiais forneceram todas as informações”, disse.
Pereira destacou que o inquérito conduzido pela Polícia Civil não indiciou os policiais, e que havia sido solicitado o arquivamento do caso. “Os delegados não encontraram indícios de crime, mas mesmo assim o Ministério Público pediu a prisão. Eles irão colaborar com a investigação e esperamos que tudo seja esclarecido o quanto antes”, pontuou.
Um dos policiais alvos está fora do país. De acordo com a defesa, ele será orientado a se apresentar às autoridades nos próximos dias. “Já entrei em contato com ele. Vamos definir a data do retorno para que possa colaborar. A investigação precisa ser célere e transparente”, completou.
A operação Arcus Pontis foi deflagrada para apurar a ação policial que resultou na morte de cinco homens em 15 de fevereiro. As vítimas estavam em dois carros e, segundo a versão da PM, se preparavam para um ataque. A Polícia Civil foi acionada apenas no dia seguinte. Familiares negam a versão de confronto.