Quem paga pelos danos aos inocentes da Operação Marasmo e pela contaminação do processo eleitoral?

Decisão da Justiça reconhece que não houve vínculo ilícito entre servidores e empresa
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Foto: PF/Divulgação

Quem vai pagar pelos danos irreparáveis à imagem e à reputação dos inocentes envolvidos na Operação Marasmo? Essa é uma pergunta a ser feita após a decisão da Justiça Federal que absolveu todos os investigados no caso deflagrado em novembro de 2023.

Foram absolvidos os ex-diretores do Hospital de Clínicas de Campina Grande, Vivian Kelly Rezende Costa e Thyago Gomes de Morais; a nutricionista Carmen Bastos de Moura Spa; Andrea Shirlaynne Agra Ribeiro e a empresária Izabelli Araújo Diniz, dona da empresa Is Risto Gastronomia LTDA.

A decisão foi proferida pelo juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande, que julgou improcedente a ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF). Todos os réus eram investigados por supostas fraudes em licitação e superfaturamento em contratos firmados entre a empresa IS Risto Gastronomia e o Hospital de Clínicas.

Essas pessoas foram alvo de uma operação de grande repercussão, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2023. À época, os nomes dos investigados foram amplamente divulgados na imprensa, frequentemente sem espaço para defesa ou ponderações, o que gera inegavelmente danos profundos à reputação e à saúde emocional dos envolvidos.

Contudo, a sentença foi clara: não foram identificados vínculos financeiros ou pessoais entre os servidores públicos e os particulares que justificassem uma atuação coordenada nas supostas irregularidades. Em outras palavras, não havia provas de corrupção, fraude ou dolo.

E mais: a sentença afirma que os preços praticados “pelo Hospital de Clínicas não eram exorbitantes ou mesmo distanciavam-se daqueles praticados localmente em Campina Grande”.

Apesar da gravidade das acusações e da repercussão midiática na época da operação, a absolvição, mesmo sendo uma reparação judicial, dificilmente terá o mesmo impacto público. A cobertura de uma decisão sempre é mais tímida se comparada à força com que a operação é utilizada, especialmente pelo ingrediente da política.

Vale lembrar que a segunda fase da operação veio à tona no período eleitoral de 2024, com o ex-secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra (PSB), candidato a prefeito de Campina Grande.

Na ocasião, uma das imagens divulgadas à imprensa mostrava, ao fundo, um carro com um adesivo de campanha de Jhony.

A foto circulou amplamente nas redes sociais, alimentando ilações e sendo explorada politicamente durante o período eleitoral.

Apesar da decisão clara da Justiça Federal, que absolveu todos os réus por ausência de provas e vínculos ilícitos, o estrago moral já foi feito.

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