O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro e presidente do Progressistas, afirmou nesta quarta-feira (6) que não irá assinar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Ciro, a proposta não tem chance de avançar no Senado, já que seriam necessários 54 votos para a aprovação do afastamento de um ministro da Suprema Corte, número que, segundo ele, está longe de ser alcançado.
“Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre. Porque é uma pauta impossível. Nós não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante meus 32 anos de mandato, se tornou muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso”, afirmou o senador em entrevista ao site Metrópoles.
Crítica à oposição e ao cálculo de assinaturas
Ciro também rebateu a estratégia da oposição, que tem feito mobilizações nas redes sociais para reunir ao menos 41 assinaturas em apoio à abertura do processo.
De acordo com o parlamentar, não importa o número de assinaturas: a decisão de pautar o pedido de impeachment cabe única e exclusivamente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
“Você pode chegar com 80 assinaturas, que ele não abre. É um poder do presidente do Senado. Então essa pauta, eu não vou perder tempo com ela”, reforçou.
Ciro recordou que atuou diretamente no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas destacou que, naquele momento, havia articulação política suficiente para viabilizar o processo, o que não enxerga no cenário atual.
“Eu fui uma das pessoas responsáveis no impeachment da presidente Dilma, quando levei o Progressistas e os partidos de centro. Mas ali nós tínhamos condição de vencer.”
Visita a Bolsonaro
Na terça-feira (5), o presidente do PP foi autorizado pelo STF a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua residência, onde ele cumpre prisão domiciliar por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Após o encontro, Ciro gravou um vídeo e afirmou que Bolsonaro está abatido, mas evitou detalhar a conversa. Ele foi o primeiro parlamentar a receber autorização para visitar o ex-presidente desde o início das novas medidas cautelares.