Durante reunião do Comitê Científico do Projeto Preamar, realizada na última terça-feira (29) no auditório do Ministério Público Federal, em João Pessoa, especialistas reforçaram posicionamento contrário à proposta da Prefeitura para a requalificação da Praça do Sol Nascente, na Praia do Seixas.
O projeto prevê um recuo médio de cinco metros e a instalação de estruturas metálicas rígidas (como estacas-prancha) para conter o avanço do mar.
De acordo com os cientistas, essa configuração trará impactos ambientais severos e irreversíveis. Entre os principais alertas estão a perda da faixa de areia, inviabilizando o uso da praia por moradores e turistas, alterações na dinâmica do ecossistema costeiro, prejuízos à desova de tartarugas marinhas, riscos à vegetação nativa e aos corais, além de danos estéticos à paisagem da orla.
Como alternativa, o comitê defende um recuo de 15 metros, sem contenções rígidas, com requalificação baseada na preservação da restinga, passagem para pedestres e reordenamento do tráfego.
A proposta técnica já foi aprovada pelos municípios costeiros signatários do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e está alinhada ao princípio da precaução ambiental.
Mesmo com a exigência de avaliação prévia pelo comitê, a prefeitura tenta classificar a obra como emergencial, o que permitiria sua execução imediata.
Os especialistas alertam para os riscos de decisões sem base científica e recomendam que o licenciamento ambiental seja conduzido pela Sudema, devido ao impacto regional do projeto.
Além da análise da proposta em João Pessoa, a reunião também tratou de ações emergenciais na Baía da Traição e apresentou os avanços técnicos no diagnóstico ambiental da zona costeira da Paraíba.