Parecia que Lula estava no chão. A queda na popularidade, os embates com o Congresso, a crise da comunicação do governo. Mas então surgiu o paraibano Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, puxando a derrubada do decreto do IOF, e, sem querer, entregando ao Planalto um presente político.
O discurso contra os super-ricos. O governo, até então criticado por errar o tom na comunicação, soube aproveitar. A narrativa colou nas redes.
Agora, entra em cena Donald Trump com um tarifaço de 50% sobre o Brasil. Alegando defender Bolsonaro, o presidente americano, na prática, atinge setores como o agronegócio, um dos pilares do bolsonarismo, e oferece de bandeja a Lula a chance de vestir a faixa de defensor da soberania nacional.
O Planalto engatou uma campanha nas redes: de um lado, Lula taxando os bilionários; do outro, Bolsonaro, por tabela de Trump, taxando o Brasil.
Lula, que vinha cambaleando, agora corre com discurso pronto, energia renovada e, ironicamente, graças aos seus próprios algozes.