O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), pode ter ajudado, involuntariamente, a tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) das cordas, em meio ao cenário de desgaste do governo apontado por pesquisas recentes.
Ao liderar a derrubada do decreto que prorrogava a alíquota reduzida do IOF, o paraibano tornou-se o rosto de uma derrota do Executivo que acabou rendendo dividendos políticos para o próprio Planalto.
Segundo dados da consultoria Quaest, a repercussão nas redes sociais se voltou majoritariamente contra o Congresso Nacional.
Foram registradas mais de 4,4 milhões de menções sobre o tema, das quais 61% foram críticas ao Legislativo.
O governo Lula, por sua vez, foi alvo de apenas 15% das postagens. O restante foi classificado como neutro.
A hashtag #InimigosDoPovo disparou, com mais de 300 mil menções, boa parte delas ligadas ao nome de Hugo Motta, que também foi criticado após aparecer em um jantar com empresários em São Paulo, dias depois da votação.
Apesar da derrota simbólica, o governo federal viu uma oportunidade: transformou o embate sobre o IOF em uma disputa de narrativa, empurrando o desgaste para o Congresso e reduzindo o impacto negativo sobre o presidente.
Se isso vai se traduzir em melhora na avaliação do governo, só as próximas pesquisas dirão.