O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu nesta segunda-feira (7) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) no dia de hoje. A resposta foi dada durante discurso no encerramento da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro.
“Tenho coisa mais importante para comentar do que isso. Esse país tem lei, tem regra e tem um dono, chamado povo brasileiro. Portanto, dê palpite na sua vida, e não na nossa”, afirmou Lula, ao ser questionado sobre a declaração de Trump.
Na rede Truth Social, Trump afirmou que Bolsonaro está sendo perseguido e chamou os processos contra ele de “caça às bruxas”. O presidente americano disse ainda que “vai acompanhar de perto” o que acontece no Brasil.
Lula já havia reagido mais cedo com uma nota institucional em que reforçou a soberania do país e a independência das instituições: “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja.”
Bolsonaro é réu por tentativa de golpe
Em março, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar réus o ex-presidente e mais sete aliados por tentativa de golpe em 2022. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
No dia 10 de junho, Bolsonaro prestou depoimento. Ele negou as principais acusações, buscou contextualizar reuniões com militares, admitiu exageros na retórica contra o sistema eleitoral e afirmou que não teve qualquer envolvimento com planos ilegais.
Em 27 de junho, a ação penal que apura a participação do núcleo político e operacional na trama golpista para manter Bolsonaro no poder avançou para a fase final no STF.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, encerrou a chamada fase de instrução processual e determinou a abertura das alegações finais, etapa em que as partes — acusação e defesas — podem apresentar as últimas considerações antes do julgamento.
Até o momento, 497 pessoas foram condenadas pelo STF por tentativa de golpe de Estado em 2022. A maior parte foi considerada culpada pelos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, dano qualificado, golpe de estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa. Oito pessoas foram absolvidas.