A Polícia Federal identificou que o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), teria vazado informações confidenciais sobre operações sigilosas programadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os diálogos captados pela PF revelam que o prefeito comentava o conteúdo de investigações envolvendo o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), juízes e advogados do Tocantins.
Segundo a apuração da jornalista Daniela Lima, do G1, Campos alegava ter uma fonte dentro do STJ que recebia pagamento para repassar informações sigilosas. Em uma das conversas, o prefeito afirma:
“Aqui vão dançar dois juízes e pelo menos três advogados”.
Os registros mostram que ele também teria antecipado a realização de uma operação da Polícia Federal, comprometendo sua eficácia. A PF afirma que o vazamento causou obstrução das investigações.
Além disso, Campos deu detalhes de investigações em andamento contra Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador e já preso. Segundo ele:
“Você está sendo investigado dentro daquele esquema, e isso já saiu oficialmente.”
A PF solicitou ao ministro Cristiano Zanin, relator do inquérito sobre a venda de sentenças no STF, a prisão e afastamento do prefeito. No entanto, até o momento, foram autorizados apenas mandados de busca e apreensão.
A operação da PF se conecta a uma investigação mais ampla, que desarticulou um grupo de espionagem e extermínio formado por militares, com atuação em monitoramento ilegal e assassinatos. O grupo mantinha inclusive uma “tabela de preços” para espionagem de autoridades, como um monitoramento de ministro do STF por R$ 250 mil.
O G1 procurou o prefeito Eduardo Siqueira Campos, mas até o momento da publicação não houve resposta.