Algumas cenas da política paraibana beiram o cômico, não fosse o impacto real que elas têm na vida pública. Durante a filiação do deputado estadual Felipe Leitão ao Republicanos, nesta sexta-feira (30), o poderoso presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, subiu o tom e declarou: “O Republicanos precisa ser respeitado”.
Mas a pergunta que surge, e precisa ser feita, é simples: em que momento o Republicanos foi desrespeitado?
Nos últimos anos, o partido tem sido um dos principais pilares de sustentação do governo João Azevêdo. Comandou a Assembleia Legislativa da Paraíba por dois mandatos consecutivos e detém hoje a Secretaria de Educação, que representa o maior orçamento do Estado. Além disso, ocupa cargos estratégicos em diversas áreas da gestão e indicou recentemente uma conselheira para o Tribunal de Contas do Estado, com aval do próprio governador.
Ora, não parece que o Republicanos está à margem das decisões. Ao contrário, é difícil imaginar outro partido com tamanho poder no atual governo. Seria “respeito” sinônimo de controle total da máquina pública? Estaríamos às portas de um projeto que, além de governar, quer definir sozinho a linha sucessória?
Do jeito que vai, só falta mesmo transferirem a sede do governo para o diretório do Republicanos. Porque cargos, influência e voz o partido já tem… e muito.