Durante um debate sobre a nova lei do couvert artístico, uma revelação impactante chamou atenção: o empresário Arthur Lira, dirigente da Abrasel-PB e dono do restaurante Estaleiro, afirmou publicamente que trabalhadores contratados como “extras” para lavar pratos em restaurante na Paraíba recebem R$ 100 por uma jornada de 8 horas.
“A diária de uma pessoa dessa é R$ 100. Certo? E ele trabalha, deputada, 8 horas. Então isso é a exploração das explorações, porque ele tá ganhando R$ 100 para trabalhar 8 horas de trabalho”, declarou Lira.
A fala foi feita durante participação no programa Frente a Frente, da TV Arapuan, de Luís Torres, que reuniu a deputada Cida Ramos (PT), autora da lei que garante 100% do valor do couvert artístico aos músicos, o cantor e vereador Mô Lima (PP) e o próprio Lira, representante dos bares e restaurantes.
A Abrasel, inclusive, rejeitou proposta de regulamentação que dividiria o couvert em 50% para os artistas e 50% para os estabelecimentos. A lei, já sancionada, estabelece repasse integral aos músicos.
Arthur Lira ainda argumentou que, apesar de também ser músico, entende as dificuldades do setor empresarial, mas sua declaração acabou evidenciando outra realidade: a precarização das condições de trabalho nos bastidores do setor de alimentação.