‘Ô, companheiro Putin, vá negociar, porra’, diz Lula ao falar em tentar convencer russo a ir à Turquia

Presidente brasileiro, em visita à China, declarou que fará apelo direto a Putin
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Lula e Putin (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (14), durante visita oficial à China, que tentará convencer o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a participar pessoalmente de uma reunião de paz com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, marcada para esta quinta-feira (15) em Istambul, na Turquia.

“Quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: Ô, companheiro Putin, vá até Istambul negociar, porra”, disse Lula, em entrevista coletiva concedida em Pequim.

A declaração ocorre no contexto de uma possível retomada do diálogo direto entre Rússia e Ucrânia — o primeiro desde março de 2022. O governo russo confirmou a realização das negociações, mas ainda não informou oficialmente quem integrará a delegação de Moscou. A indefinição gerou reações em Kiev, que condiciona sua participação à presença de Putin.

O chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andrii Yermak, usou a rede social X para pedir que o Brasil exerça sua influência junto ao Kremlin: solicitou que Lula use sua “voz autorizada no diálogo com a Rússia” para viabilizar o encontro.

Antes de seguir para Pequim, Lula esteve em Moscou, onde participou da cerimônia de 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. O presidente brasileiro retorna a Brasília ainda nesta quarta.

A reunião em Istambul está cercada de expectativa. O presidente russo propôs negociações diretas com a Ucrânia “sem quaisquer precondições”. Caso Putin compareça, será o primeiro encontro entre os dois chefes de Estado desde dezembro de 2019.

Questionado por jornalistas sobre a formação da delegação russa, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu: “Faremos isso quando recebermos uma instrução do presidente para fazê-lo.” Segundo ele, a proposta de Putin “permanece válida”, e a delegação russa “estará esperando pela delegação ucraniana em Istambul em 15 de maio”.

Enquanto isso, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está em viagem pela Arábia Saudita e Qatar, cogitou estender sua agenda para acompanhar o encontro, mas depois anunciou que enviará representantes: o secretário de Estado, Marco Rubio, e os conselheiros Steve Witkoff e Keith Kellogg.

“Não sei se ele [Putin] estaria lá se eu não estiver. Vamos descobrir”, disse Trump a bordo do Air Force One.

Trump vem defendendo um cessar-fogo de 30 dias, proposta que conta com o apoio de Zelenski. Putin, por sua vez, sinalizou que só iniciará a discussão sobre a trégua após a realização das negociações.

Relatos não confirmados indicam que o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o assessor Yuri Ushakov podem representar Moscou na reunião. A diplomacia ucraniana, no entanto, mantém a exigência: Zelenski só participará do encontro se Putin estiver presente.

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