O deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL) subiu o tom contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), após a decisão de não incluir na pauta a votação da urgência do projeto de anistia para os presos dos atos de 8 de janeiro. Em entrevista, o parlamentar afirmou que a escolha de Motta “não vai ficar barata” e classificou o adiamento como um equívoco.
“Se a gente perder no voto, eu não falo mais nesse assunto porque vai ser uma resposta do plenário da Câmara, que representa os mais de 200 milhões de brasileiros. A gente vai sentar e discutir o que o líder vai fazer. Mas tenha certeza absoluta que isso não vai ficar barato”, afirmou Cabo Gilberto, em entrevista ao programa Hora H, na Rede Mais Rádios.
O parlamentar, alinhado ao bolsonarismo, criticou o acordo feito entre Hugo Motta e os líderes partidários que resultou no adiamento da análise do projeto. Para ele, a decisão desrespeita a vontade da maioria dos deputados, que segundo Gilberto, já teria o número necessário de assinaturas para levar a matéria diretamente ao plenário.
“Temos um terço do União Brasil, do Republicanos, dez deputados do MDB e metade da bancada do PP. Não é só o PL. No meu entendimento, o presidente está cometendo um equívoco de não pautar a urgência e deixar o plenário decidir de forma soberana”, destacou.
Cabo Gilberto afirmou que o adiamento da votação pode gerar desgastes políticos para Hugo Motta, inclusive entre integrantes de partidos que compõem a base da Câmara, e prometeu mobilização para tentar reverter a decisão.
O projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro é defendido pelos bolsonaristas, mas enfrenta resistência entre outras lideranças políticas. A decisão de não pautar a urgência foi tomada na reunião do colégio de líderes nesta semana.
