A saída de João Pessoa da lista das dez capitais mais arborizadas do Brasil, revelada pelo estudo recente divulgado pelo Censo 2022, foi alvo das críticas do deputado federal Ruy Carneiro. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, mostram que a capital paraibana, que em 2010 ocupava a 6ª colocação com 78,1% de arborização, sequer aparece entre as quinze primeiras cidades da lista atual, encabeçada por Campo Grande (MS), Goiânia (GO) e Palmas (TO).
Ruy classificou como “inadmissível” a perda de áreas verdes e responsabilizou diretamente as administrações recentes pelo avanço do desmatamento urbano. “João Pessoa sempre foi reconhecida entre as cidades mais verdes do Brasil, mas hoje vemos um cenário alarmante de descaso e omissão. As últimas gestões estaduais e municipais, infelizmente, são negligentes na defesa do meio ambiente e se tornaram campeãs em desmatamento”, afirmou o parlamentar.
Além dos novos dados do IBGE, a décima edição do estudo Global Forest Change, também apontou que João Pessoa perdeu 224 hectares de áreas verdes apenas entre 2021 e 2022. Em um período mais amplo, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba apontam que cerca de 863 hectares foram desmatados na cidade nos últimos 20 anos.
Os números preocupam ainda mais por conta do impacto direto da vegetação urbana na qualidade de vida da população, no conforto térmico e no combate aos efeitos das mudanças climáticas. “É necessário interromper esse ciclo de destruição. Precisamos de políticas sérias de preservação ambiental e planejamento urbano sustentável”, reforçou Ruy.
A 17ª posição de João Pessoa na lista das capitais do país divulgada pelo IBGE é vista por ambientalistas e especialistas como um alerta urgente para a reversão do modelo atual de ocupação urbana. A retomada de ações que garantam a proteção do que resta da vegetação nativa da capital está entre as prioridades.
A ausência de políticas públicas de proteção ao meio ambiente também tem ameaçado a situação de rios e comprometido vários trechos da orla marítima pessoense. A imprensa nacional tem repercutido com frequência o agravamento dos problemas, provocados pelo lançamento de esgotos em galerias fluviais, falta de fiscalizações, liberações suspeitas de licenças ambientais e obras públicas embargadas pela justiça por conta da ausência de estudos de impacto.