Na prática, o chefe de gabinete da Prefeitura de Campina Grande, Fábio Ramalho (PSDB), vem exercendo um papel que vai além da formalidade do cargo. Na boca de alguns secretários e aliados políticos, ele já é chamado de “prefeito adjunto” — e não é exagero.
Desde que assumiu a função no gabinete do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), o deputado estadual licenciado tem atuado como o principal articulador da gestão. Em pouco tempo, foi responsável por desarmar crises públicas que colocariam mais pressão sobre a imagem do governo municipal.
O primeiro movimento veio quando conseguiu unir o prefeito Bruno e o empresário Dalton Gadelha, após este último tornar pública uma cobrança de R$ 33 milhões referente ao Hospital Help. Fábio não apenas colocou os dois na mesma sala, como conduziu a conversa até uma saída em comum.
Logo depois, virou seu foco para a Câmara Municipal — onde Bruno enfrentou resistência na base durante boa parte do primeiro mandato. Fábio reuniu os vereadores, fez articulações nos bastidores e, nesta semana, viu a gestão comemorar a aprovação de uma suplementação de 20% no orçamento de 2025. Até votos da oposição vieram junto.
E nesta quinta-feira (17), um novo episódio reforçou o estilo apaziguador do “prefeito de bastidor”. Após uma troca de farpas entre o vereador Franklin Alves e o secretário de Esporte, Ronaldo Cunha Lima Neto, Fábio entrou em cena. Agiu como aquela mãe que senta os filhos na mesa da cozinha, dá um basta na confusão e sai com os dois abraçados para tirar foto. Política no modo materno.
Com essa sequência de atuações, Fábio Ramalho se posiciona como a peça mais funcional da engrenagem política do governo municipal. Não é exagero dizer que, enquanto Bruno governa no papel, Fábio atua na prática — como se já tivesse assumido o posto informal de prefeito adjunto de Campina Grande.