O comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Sérgio Fonseca, afirmou nesta quinta-feira (17) que a corporação não foi responsável pela decisão sobre a proporção de torcedores no jogo entre Botafogo-PB e Flamengo, marcado para o Estádio Almeidão, em João Pessoa, pela terceira fase da Copa do Brasil.
A declaração vai de encontro à justificativa divulgada pela SAF, que alegou ter seguido recomendações de órgãos de segurança pública ao ceder 60% da carga de ingressos para a torcida do Botafogo-PB, e 40% para os torcedores do Flamengo.
“Em relação ao quantitativo de carga, isso não passa pela decisão da Polícia Militar. A PM apresenta suas ponderações e o time de futebol vê a viabilidade. Logicamente, eu acredito que é um jogo importante para o Botafogo-PB, que vai atrair muitas pessoas de fora do estado e eu não tenho dúvidas que vai ser um grande espetáculo”, afirmou o coronel em entrevista à rádio Correio FM.
A polêmica ganhou força após a publicação de um vídeo institucional do clube e, posteriormente, uma nota publicada nas redes sociais por Fillipe Félix, um dos investidores da SAF. Ele afirmou que, por se tratar de um estádio público, a SAF não teria autonomia para tomar decisões sozinha, e que todas as possibilidades apresentadas pela direção esbarraram em normas de segurança pública e do Corpo de Bombeiros.
“A SAF sempre estará com a torcida, mas não tem como quebrar regras e leis do Estado, principalmente em um estádio público”, escreveu o investidor.
Apesar disso, a fala do comandante da PM evidencia que a responsabilidade final sobre a divisão das torcidas cabe ao clube mandante, e que os órgãos de segurança apenas orientam, sem determinar as decisões.
A mudança causou frisson entre as torcidas organizadas do Botafogo-PB, que criticaram a decisão de ceder a tradicional arquibancada geral — o setor “Sol” — para a torcida do Flamengo.
O jogo está previsto para o dia 30 de abril, pela terceira fase da Copa do Brasil, mas os detalhes finais como preços dos ingressos ainda não foram divulgados.