O jornalista Pedro Alves, comentarista da CBN João Pessoa, criticou nesta terça-feira (15) a versão sustentada por integrantes da SAF do Botafogo-PB sobre a existência de uma proposta de R$ 6 milhões para a venda do mando de campo no confronto contra o Flamengo, válido pela terceira fase da Copa do Brasil. Segundo ele, a informação parece servir mais à construção de uma narrativa do que representar uma proposta concreta e realista.
“Acho que essa narrativa tem um objetivo muito claro de empolgar o torcedor, de mostrar que a SAF tem uma visão clara de manter o jogo em João Pessoa”, afirmou Pedro, ressaltando que, apesar das cifras divulgadas, nenhum detalhe concreto foi apresentado até o momento, como o nome do suposto comprador, arena interessada ou modelo de operação.
O jornalista relembrou que quando a cifra de R$ 4 milhões foi mencionada anteriormente, já havia dúvidas sobre sua procedência e viabilidade, e que agora o valor de R$ 6 milhões soa ainda mais desconectado da realidade do mercado do futebol.
Pedro comparou os números com jogos recentes envolvendo o próprio Flamengo, como o confronto com o Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca, em Brasília, que teve renda em torno de R$ 4 milhões — com torcida majoritariamente rubro-negra. “Dar seis milhões ao Botafogo para comprar esse mando, esperando fazer mais de seis milhões em Brasília ou em qualquer outro lugar do país, é bem improvável, né? Então, assim, eu não acredito nessa informação”, pontuou.
Ele também destacou que a segunda maior renda da história do futebol brasileiro, em jogos com grande apelo e torcida dividida, foi de cerca de R$ 7 milhões, o que tornaria a proposta mencionada ainda mais difícil de acreditar. “Não está na realidade”, afirmou.
Pedro Alves ainda questionou o uso recorrente desse tipo de informação como discurso retórico para inflar expectativas e justificar ações da diretoria da SAF, especialmente em relação à precificação de ingressos. “Acho que é uma informação retórica para construir uma narrativa e tentar atender à demanda do torcedor botafoguense”, disse, referindo-se diretamente ao investidor Filipe Félix, que também é patrocinador do clube.