O blogueiro paraibano Marinaldo Adriano Lima da Silva, de 23 anos, que foi declarado foragido após romper a tornozeleira eletrônica, procurou o @blogmauriliojunior neste sábado (12) para justificar sua decisão. Segundo ele, o gesto não foi por rebeldia, mas por desespero.
Entenda: Paraibanos investigados pelos atos de 8 de janeiro rompem tornozeleiras e são considerados foragidos
— A pressão foi tanta que eu acabei cortando a tornozeleira. Não por maldade, mas por desespero. Só queria ter um pouco de paz — desabafou.
Marinaldo é um dos investigados nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, e havia recebido liberdade provisória, sob medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O rompimento da tornozeleira foi comunicado oficialmente à Corte pelo Tribunal de Justiça da Paraíba.
No relato ao blog, ele disse que enfrentava dificuldades desde que saiu do sistema prisional. Segundo Marinaldo, após morar no Conde com a mãe, em condições precárias, foi forçado a retornar ao bairro das Indústrias, em João Pessoa, onde passou a sofrer ameaças por estar com a tornozeleira:
— Um rapaz da OKD me viu na frente de casa com a tornozeleira e achou que eu estava envolvido em coisa errada. Tiraram uma foto minha e jogaram no grupo da OKD. Desde então, comecei a viver com medo, medo de ser julgado, de sofrer alguma represália, de estar em perigo dentro do meu próprio bairro — afirmou.
O jovem também relatou problemas de saúde:
— Tenho escoliose tipo C e uma hérnia de disco que me causam dores constantes. Às vezes eu nem conseguia levantar direito da cama — contou, ao justificar a dificuldade de cumprir a exigência de carregar a tornozeleira por 1h30 diariamente.
A tornozeleira havia sido imposta como parte das medidas cautelares após sua prisão em 2023. Agora, com o rompimento do dispositivo, Marinaldo passou a ser considerado foragido da Justiça.
Além dele, outros quatro investigados da Paraíba ligados aos atos de 8 de janeiro descumpriram medidas impostas pelo STF, conforme comunicado da Vara de Execução Penal da Paraíba.