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Bruno mostra que cristal ainda está em cacos e pressiona Tovar para 2026

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As recentes movimentações do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), começam a reposicionar forças dentro do grupo político e já produzem reflexos na disputa por vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) em 2026.

O primeiro nome da lista é o deputado estadual Fábio Ramalho (PSDB), que foi nomeado chefe de gabinete do prefeito. Com isso, Manoel Ludgério (PSDB) reassumiu a cadeira de deputado estadual na ALPB, ocupando o espaço deixado por Fábio Ramalho, que virou auxiliar direto de Bruno. O movimento acendeu o alerta no deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB).

Outro nome acomodado na gestão municipal é o de André Gomes, ex-prefeito de Boa Vista e pré-candidato à ALPB em 2026, agora nomeado secretário de Cultura de Campina Grande. André é casado com a vereadora Carol Gomes (União Brasil), uma das vozes com maior trânsito na Câmara e já ligada ao núcleo duro do governo.

Essas duas nomeações têm algo em comum: ambos são nomes que disputarão espaço com Tovar na corrida por uma vaga na Assembleia nas eleições de 2026.

A tensão não é nova. Em 2022, Tovar teve dificuldades para se reeleger, garantindo a vaga com cerca de 50 votos de vantagem sobre o suplente Manoel Ludgério, que agora volta ao debate público criticando o próprio grupo, especialmente Tovar e Camila Toscano, por não cederem espaço anteriormente.

A nomeação de Fábio Ramalho é simbólica por abrir espaço para que ele mesmo construa nova base em Campina e no entorno, com a visibilidade garantida pela chefia de gabinete — cargo de alto impacto político na estrutura da prefeitura. Já André Gomes tem como trunfo a boa relação com o Legislativo.

Enquanto isso, Tovar vê crescer, ao redor de Bruno, nomes competitivos que disputam o mesmo eleitorado e que agora contam com a estrutura e a visibilidade da máquina pública municipal para se fortalecerem.

A aposta de Bruno Cunha Lima parece clara: blindar seu governo com aliados fiéis, equilibrar forças internas e, ao mesmo tempo, estimular novas lideranças com potencial eleitoral — ainda que isso implique colocar Tovar em posição desconfortável. O mesmo Tovar que decretou de forma prematura o “cristal quebrado” com Bruno em 2024…