* Texto publicado pelo portal Opinião Paraíba
“Inaugurou de novo, como se fosse a primeira vez.” Parece piada, mas é só mais um capítulo do teatro produzido pela atual gestão da OAB-PB. O espetáculo? Chama-se “reinauguração fake”. O roteiro? Simples: pega-se uma obra já entregue, muda-se a placa, chama-se a imprensa e finge-se que é tudo novidade. Só faltou ensaiar a cara de surpresa.
A mais recente encenação é a da Sala da Advocacia do Fórum Regional de Mangabeira, que teve sua “inauguração” realizada na última quarta-feira (03), como se fosse um presente fresquinho para a advocacia paraibana. O problema? A sala já estava em pleno funcionamento desde setembro de 2023. A verdadeira entrega foi feita em parceria com a CAA-PB na gestão de Assis Almeida.
O que a nova gestão fez? Uma pintura de ego. Uma troca de placa. Uma reinvenção da roda — ou, no caso, da porta.
Fontes internas confirmaram: a real motivação das “inaugurações recicladas” é apagar qualquer rastro de gestões anteriores: da CAA e da própria Seccional. A meta não é construir, é desconstruir memórias. Apagar o nome de diretores do passado, colar os atuais e fingir que nada existiu. Gestão por cima da maquiagem.
É o copy-paste institucional. O famoso “Ctrl C na obra, Ctrl V na esperteza política”. Enquanto a advocacia espera avanços, recebe cortina de fumaça, lacre de fita simbólica e um palanque disfarçado de gestão.
Essa prática levanta um alerta perigoso: estamos diante de uma administração mais preocupada com marketing do que com entrega. Mais interessada em ser manchete do que em ser memória. E a pergunta que fica no ar, junto com o cheiro da tinta fresca nas placas trocadas: quantas mentiras ainda vão ser disfarçadas de inauguração?
A advocacia não deve ser palco ou vitrine para esperteza e politicagem. É instrumento de transformação — e não de ilusionismo. Quando até a fita é reaproveitada, o que resta da seriedade?