O anúncio dos preços dos ingressos para a estreia do Botafogo-PB na Série C, contra o Confiança de Sergipe, causou frisson entre torcedores. Os valores praticados pela SAF que comanda o futebol do clube assustaram parte da torcida: R$ 60 (Sol), R$ 80 (Sombra), R$ 140 (Cadeiras). Para o visitante, o ingresso também custa R$ 60.
As críticas foram imediatas. “Absurdo”, “Preço fora da realidade do torcedor paraibano”, “Não irei”, foram algumas das reações mais comuns. Mas a verdade precisa ser dita: o Botafogo de hoje não é mais o mesmo Botafogo de ontem.
Desde que se transformou em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o clube passou a ter um dono. E como toda empresa privada, o novo gestor visa lucro, rentabilidade e retorno do investimento. O futebol deixou de ser romântico — e o torcedor precisa entender isso.
Se antes o ingresso a R$ 5 ou R$ 10 era uma realidade para jogos no Almeidão, esse tempo ficou no passado. Agora, o produto futebol é pensado de forma empresarial. O que vale é a conta fechar. O torcedor pode até não gostar, mas é essa a regra do jogo.
É claro que há um debate legítimo a se fazer sobre acessibilidade e inclusão no futebol. O esporte precisa dialogar com sua base popular. Mas esperar que uma SAF se comporte como um clube associativo, movido por paixão e voluntariado, é ilusão.
O torcedor apaixonado terá que fazer suas escolhas: abraçar o novo modelo com seus ônus e bônus, ou acompanhar de casa — com transmissão via streaming ou rádio, como muitos já fazem. Quem for ao estádio, terá que pagar o preço — literalmente.
E vale lembrar: essa é só a estreia. O Botafogo-PB terá pela frente, já na Copa do Brasil, um jogo histórico contra o Flamengo. Se o choque foi grande agora, é melhor já se preparar para a tabela de preços que virá.
