Quando o Botafogo-PB oficializou a criação de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF), a promessa era de uma gestão profissional, com planejamento, responsabilidade e decisões respaldadas por critérios técnicos. Os primeiros sinais foram animadores. No entanto, o anúncio feito nesta segunda-feira (7) da contratação do técnico Antônio Carlos Zago revela o oposto: uma condução marcada por amadorismo.
A confirmação de Zago como novo treinador do clube paraibano foi feita com pompa e expectativa, inclusive com declarações do CEO da SAF, Alexandre Gallo. Mas, menos de 24 horas após o anúncio, veio da Bolívia uma informação que expôs o tamanho do equívoco: o técnico ainda não foi liberado pelo The Strongest, clube que comanda atualmente.
A imprensa boliviana confirmou que Zago segue vinculado ao The Strongest e que reuniões estão em andamento para definir o futuro do treinador. Há dúvidas se ele permanecerá no clube, se precisará pagar multa contratual ou se o Botafogo-PB terá que arcar com os custos de sua liberação. Independentemente do desfecho, o fato é que o clube paraibano anunciou um profissional sem ter garantias contratuais de que ele poderia assumir o cargo.
Esse tipo de situação não é apenas um detalhe burocrático. É um erro de gestão. Um clube que se propõe a funcionar como uma empresa não pode tornar público um acordo que ainda depende de negociações externas para se concretizar. Esse é o tipo de movimento que um clube amador cometeria — não uma SAF que prega modernização e credibilidade no futebol.
Zago pode até desembarcar em João Pessoa nos próximos dias e, de fato, assumir o time. Mas o estrago já está feito. O Botafogo-PB expôs uma negociação em andamento como se estivesse concluída, deixando a imagem da nova gestão arranhada e sob questionamentos.
A torcida, que esperava por decisões mais sólidas e por um projeto técnico consistente, agora vê a SAF repetir práticas antigas, embaladas em um discurso novo…