análise

SAF precisa de tempo para quebrar ciclo de amareladas no Botafogo-PB

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Mascote do Botafogo-PB lamenta eliminação na Série C (Foto: Arquivo/Maurílio Júnior/2023)
Maurílio Júnior

O torcedor do Botafogo-PB está calejado. Acostumado a criar expectativa e se frustrar nas decisões, viu mais uma vez o time perder o título estadual dentro de casa, diante de mais de 18 mil pessoas no Almeidão. A derrota no agregado para o Sousa na final do Campeonato Paraibano 2025 reabre uma ferida que já é conhecida: a de um time que costuma falhar nos momentos decisivos.

Mas, apesar da dor da derrota, há um ponto de virada nesse novo ciclo do clube: a SAF. Desde que foi formalizada, a Sociedade Anônima do Futebol que agora gere o Botafogo-PB carrega a missão de reorganizar o clube dentro e fora de campo. Ainda que o impacto imediato seja limitado, é importante reconhecer que a SAF está apenas começando e que, mesmo com o revés, há uma nova gestão e uma nova mentalidade em curso.

O histórico de frustrações recentes — eliminações em casa, acessos perdidos na Série C, títulos escapando nos detalhes — criou um torcedor impaciente.

A SAF não muda o “espírito amarelão” de um clube da noite para o dia. Isso exige tempo, trabalho, reconstrução de identidade e, sobretudo, continuidade no apoio da torcida, mesmo nos momentos em que a dor da frustração parece falar mais alto. Não é justo transferir para os novos dirigentes e gestores o peso de décadas de tropeços em fases finais.

É natural que o torcedor cobre, critique e lamente. Mas também é necessário compreender que um novo projeto exige maturidade coletiva, paciência e visão de longo prazo. O torcedor do Belo sabe o que é sofrimento, e talvez por isso mesmo, saiba também que a hora de apoiar é agora.