O presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, Dinho Dowsley (PSD), apresentou nesta terça-feira (1) um projeto que autoriza o município a desapropriar o Hotel Tambaú. A proposta vai além do aspecto técnico: representa uma tentativa de reconectar o Legislativo municipal com os temas que realmente interessam à cidade.
O Hotel Tambaú, marco arquitetônico da capital paraibana, hoje é um retrato do abandono. Fechado há anos, o espaço virou foco de doenças e objeto de inquérito do Ministério Público. A proposta de Dinho acende um alerta necessário para um problema que já ultrapassa o campo do patrimônio turístico — virou também um caso de saúde pública.
A iniciativa ganha ainda mais destaque quando se observa o contraste com temas recentemente debatidos na Casa. Na semana passada, um vereador apresentou uma moção de aplauso ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que sequer reside no estado e está fora do país. O que esse tipo de pauta acrescenta à vida da população de João Pessoa? Pouco ou nada.
É nesse cenário que o projeto de Dinho se destaca: por trazer o foco de volta para o que é essencial, por devolver à Câmara o papel de instituição que pensa João Pessoa, e não apenas como palco de disputas ideológicas que ignoram as urgências da cidade.
Dinho já havia se posicionado anteriormente em debates importantes, como o projeto Viva o Centro, voltado à revitalização do Centro Histórico da capital. A reocupação do centro, inclusive, é uma agenda compartilhada pelo Governo do Estado e pela Prefeitura, por meio de incentivos fiscais e urbanísticos.
A pauta certa no lugar certo
A desapropriação do Hotel Tambaú recoloca o Legislativo municipal no caminho que a população espera: discussão de problemas reais e busca por soluções. É o tipo de atitude que fortalece o papel institucional da Câmara e mostra que é possível fazer política a partir da realidade das ruas, e não apenas dos discursos vazios.
Se aprovado, o projeto poderá abrir caminho para que o espaço seja revitalizado e volte a integrar o circuito turístico da capital. Mais do que resgatar um prédio, a proposta sinaliza uma tentativa de resgatar a credibilidade da própria Câmara Municipal.