O superintendente da PB Saúde, Jhony Bezerra, afirmou nesta sexta-feira (21) que o Governo do Estado tentou formalizar um convênio com a Prefeitura de Campina Grande para ampliar serviços na rede municipal, mas, segundo ele, não houve interesse por parte da gestão.
A declaração foi dada durante entrevista em que o médico foi questionado sobre a crise na saúde pública do município, que enfrenta atrasos salariais e cobranças de fornecedores.
“Nunca houve solicitação formal por parte da Prefeitura”, afirma superintendente
Jhony relatou que houve uma reunião com o então secretário de Saúde do município para discutir uma possível parceria. “A primeira audiência minha com o secretário foi justamente dizendo o nosso interesse de fazer um convênio com a maternidade do Isea para ampliar o ambulatório de alto risco. Mas nunca foi mandado o ofício, nunca houve contato. O prefeito nunca fez contato com o governador”, disse.
O superintendente explicou que, legalmente, o Estado não pode transferir recursos para um município sem uma solicitação oficial. “O governo do Estado não tem como chegar dando recurso para o município. Isso são recursos públicos. Tem que haver uma solicitação formal para que o Estado possa celebrar um convênio. Não tem como o Estado chegar e mandar dinheiro para Campina Grande ou Lagoa Seca sem isso”, completou.
“O que há é uma disputa pequena”, diz Jhony
Jhony também afirmou que a falta de diálogo tem dificultado soluções. “Não há interesse. Há um debate pequeno e mesquinho de quem pode fazer mais. A gente não tá interessado nisso. A gente tá interessado em ajudar a saúde de Campina Grande.”
O superintendente disse ainda que está à disposição para colaborar com propostas técnicas. “Eu tenho me colocado à disposição. Não é o superintendente que está falando, é o CPF, pessoa física. Posso ajudar com meu conhecimento, sentar para ver o que pode ser feito.”
Discussão sobre CPI e crise na rede municipal
Durante a entrevista, Jhony também comentou a articulação de vereadores de Campina Grande para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os problemas da saúde municipal. Ele relatou conversas com parlamentares de diferentes bancadas, incluindo o líder da oposição Anderson Pila (PSB), Tertuliano Maracajá (Republicanos), Rostand Paraíba (PP) e Pimentel Filho (PSB).
“O nosso partido, o PSB, entende que a bancada deve focar em cobrar esclarecimentos que a gestão precisa dar. Lógico que a CPI é um mecanismo mais forte de investigação, inclusive para apurar o que foi feito com os R$ 33 milhões. Mas isso é uma decisão dos vereadores. Eles têm autonomia”, declarou.
Por fim, Jhony Bezerra chamou atenção para a escassez de itens básicos na rede pública. “Está faltando Dipirona em gotas, que custa R$ 1,50. Então tem alguma coisa errada.”