Pelo menos quatro mulheres investigadas pelos atos de 8 de janeiro de 2023 foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Três delas foram detidas um dia após a posse de Donald Trump, em janeiro deste ano.
As informações foram confirmadas pelo órgão de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), que informou que as detidas aguardam expulsão para seus países de origem.
Entre as presas, três já foram condenadas por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, enquanto a quarta possui mandados de prisão em aberto no Brasil. Elas estão sob custódia das autoridades norte-americanas há mais de 50 dias.
Prisão na fronteira e tentativas de refúgio
As quatro mulheres teriam deixado o Brasil no primeiro semestre de 2024, seguindo inicialmente para a Argentina. No entanto, com o avanço dos pedidos de extradição pelo STF, decidiram seguir para os EUA, buscando obter refúgio político no governo de Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As detenções ocorreram em diferentes pontos da fronteira. Uma delas tentou ingressar nos EUA em 12 de janeiro, sendo encaminhada para um centro de detenção no Texas. Já as outras três foram presas em 21 de janeiro, na região de El Paso, e também seguem sob custódia da ICE.
No dia anterior à prisão do trio, Trump havia anunciado uma política de deportações em massa para imigrantes ilegais, reforçando sua postura rígida contra a imigração irregular.
Outros foragidos seguem em países da América Latina
Além das quatro presas nos Estados Unidos, outros investigados pelos atos de 8 de janeiro permanecem foragidos em países como Argentina, Colômbia e Peru. Segundo fontes internacionais, alguns alegam ser perseguidos políticos por apoiarem Bolsonaro e negam envolvimento em crimes como tentativa de golpe e destruição do patrimônio público.
Relatórios de organizações ligadas aos investigados afirmam que as penas impostas no Brasil, que chegam a 17 anos de prisão, seriam excessivamente severas.
Processo de deportação está em andamento
As autoridades dos EUA informaram que as prisões foram realizadas pelo patrulhamento de fronteira, já que as quatro mulheres entraram ilegalmente no país. O processo utilizado para retirá-las do território americano é chamado de “expulsão acelerada”, um procedimento que permite a deportação sem necessidade de julgamento na justiça de imigração.
O Itamaraty, por sua vez, afirmou que não divulga informações detalhadas sobre a assistência prestada a cidadãos brasileiros em situações como essa.