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Relatos de troca de bebês e parto em banheiro vêm à tona no Isea após morte de recém-nascido

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Maurílio Júnior

Casos de troca de bebês, partos em banheiros e denúncias de negligência médica no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, vieram à tona após a morte do bebê Davi Elô e a retirada do útero de sua mãe, Danielle. O caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil da Paraíba, gerou uma onda de desabafos nas redes sociais, onde ex-pacientes e familiares compartilharam experiências traumáticas vividas na maternidade.

Troca de bebês e parto no banheiro: relatos de terror no Isea

Uma mulher relatou que há 16 anos teve seu bebê trocado na unidade e, até hoje, nunca conseguiu reencontrá-lo. Ela afirma que precisou criar a criança que recebeu no lugar do filho biológico e que nunca obteve respostas da instituição.

Outro depoimento denuncia um parto em um banheiro do hospital. A mãe afirma que avisou a equipe médica de que o bebê estava prestes a nascer, mas foi ignorada.

“A enfermeira mandou eu parar de escândalo e disse que meu bebê ainda estava alto. Quando vi, ele nasceu no banheiro. Se não fosse minha acompanhante, ele teria caído no chão.”

Além disso, internautas se manifestaram chamando a unidade de “matadouro” e dizendo que o local representa mais um risco à vida das mães e dos bebês do que uma referência em saúde materna.

“Desisti de ter outros filhos por medo de um dia cair nas mãos cheias de sangue desse hospital. Criem uma maternidade REFERÊNCIA DE VIDA, porque o Isea É REFERÊNCIA DE MORTE E VIOLÊNCIA CONTRA TODAS AS MÃES QUE JÁ PASSARAM POR LÁ E VIVERAM ESSE FILME DE TERROR!”

Falta de vagas e atendimento desumano

Outros relatos apontam que bebês em estado grave foram retirados de aparelhos para dar lugar a novos pacientes que chegavam à maternidade.

“Tiraram meu bebê dos aparelhos para receber outro bebê que estava para chegar! Disseram que não havia mais vagas. Quando ameacei chamar a imprensa, rapidamente colocaram ele de volta nos aparelhos.”

Muitas mães também denunciaram que foram tratadas de maneira fria e impessoal, sem receber informações adequadas sobre a saúde de seus filhos.

“Meu filho precisou ser levado à UTI após manobras erradas feitas por uma fisioterapeuta. Mas o pior veio depois: ao chegar à UTI, as informações sobre o estado dele eram vagas e, quando tentávamos buscar notícias, os profissionais nos tratavam com indiferença, como se não tivéssemos o direito de saber o que acontecia com nosso próprio filho.”

Outra mãe, que ficou internada por 15 dias no hospital antes de ser transferida para a Casa das Mães, também relatou a falta de acolhimento.

“Em um momento tão delicado, tudo o que mais queríamos era compreensão e carinho, mas isso parecia estar longe dali.”

Investigação e resposta da Secretaria de Saúde

A Polícia Civil investiga a conduta do médico Dr. Mário de Oliveira Filho (CRM-PB 2463) e da equipe do Isea no caso de Davi Elô. A Secretaria de Saúde de Campina Grande informou que abrirá uma sindicância para apurar as denúncias e oferecerá suporte psicológico e assistencial à família.