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Câmera corporal expõe prefeito ameaçando PM e reforça importância da transparência policial

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Maurílio Júnior

Uma câmera corporal de um policial militar registrou o momento em que o prefeito Carlinhos Schiessl (MDB), de Bela Vista do Toldo (SC), ameaçou um agente da Polícia Militar durante uma abordagem de trânsito. O caso ocorreu no último domingo e endossa a importância do uso de câmeras nas fardas dos policiais, tecnologia que tem sido questionada por alguns setores da política e da própria polícia.

O episódio teve início quando o PM parou um motorista que dirigia um veículo com o licenciamento vencido e sem cinto de segurança. Durante a abordagem, o condutor afirmou que o prefeito era seu “padrinho”. Pouco depois, Carlinhos Schiessl chegou ao local e tentou impedir a remoção do veículo, alegando sua autoridade sobre a cidade e sobre o próprio policial.

“Eu sou o teu chefe”, disse o prefeito ao PM

Nas imagens registradas pela câmera corporal, Schiessl afirma que é ele quem “manda na cidade” e que lutaria para retirar o policial de Bela Vista do Toldo.

“Eu vou lutar para te tirar daqui de Bela Vista”, disse o prefeito. Em seguida, bateu no peito e reforçou: “O prefeito aqui na cidade sou eu”.

Dentro de um carro, Schiessl também declarou: “Eu não vou bater boca com você porque eu sou prefeito e eu sou o teu chefe”.

O policial militar, que seguiu o procedimento correto ao determinar a apreensão do veículo, manteve a abordagem conforme prevê a legislação.

Investigação e possíveis crimes

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, que pode configurar crimes como abuso de autoridade, ameaça e concussão (corrupção passiva), já que o prefeito tentou influenciar uma ação policial em favor de um terceiro.

A gravação reforça a importância do uso de câmeras corporais por agentes de segurança, garantindo transparência e proteção tanto para os policiais quanto para os cidadãos. No caso de Bela Vista do Toldo, a tecnologia foi essencial para documentar a tentativa de interferência na ação policial e preservar a integridade do agente que cumpria a lei.