A presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira do Estado da Paraíba (Aspol-PB), Suana Melo, fez duras críticas aos delegados de polícia durante manifestação das forças de segurança pública, nesta sexta-feira (21/02), em João Pessoa, realizada após o governo do estado propor a implementação do pagamento por subsídio, com início previsto para janeiro do próximo ano. Segundo Suana, os delegados se opõem à proposta de justiça salarial, um movimento que ela considera ser voltado exclusivamente para benefícios dessa categoria, enquanto outras carreiras ficam em segundo plano.
“Estamos unidos hoje porque queremos justiça salarial! O que vimos ontem foi que delegados de polícia não aceitam essa justiça. Ficou evidente que há uma gestão voltada apenas para o benefício dos delegados, enquanto as demais carreiras são deixadas de lado. Isso é um absurdo! Aqui, não! Companheiros e companheiras, aguerridos heróis anônimos – policiais civis, policiais penais, policiais militares e bombeiros –, nossa luta é por todos!”, declarou Suana.
Além dos 5% já pagos em janeiro, o governo propôs mais 5% de reajuste em setembro, juntamente com o encaminhamento de leis orgânicas para regulamentar a carreira dos profissionais. No entanto, a proposta não foi unanimidade entre as entidades representativas da segurança pública.
Um dos líderes da polícia penal informou que, enquanto algumas entidades aceitaram o reajuste de 5%, outras recusaram, gerando impasse nas negociações. “Algumas entidades já estavam sendo contempladas com um reajuste de 5%, apesar de terem pedido 10%. Para algumas, esse valor já era aceitável, e elas recuaram. O que gerou um impasse na negociação. Era algo que poderia ter sido resolvido ali mesmo, em diálogo entre o Fórum e outras entidades, mas acabou sendo exatamente o que o governo queria”, comentou o líder.
A negociação entrou em um impasse, com o governo estabelecendo um prazo de 8 dias para avaliar a proposta, além de mais alguns dias até a próxima reunião, agendada para o dia 17.