Um policial militar é acusado de liderar um esquema de fraudes no sistema do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), causando um prejuízo superior a R$ 2 milhões em apenas 20 dias. Ele, que trabalhou por cerca de dez anos no órgão, teria utilizado seu acesso privilegiado para facilitar o cancelamento irregular de multas e outros benefícios ilegais. A operação da Polícia Civil realizado nesta quinta-feira (20/02) prendeu oito pessoas envolvidas no esquema, e as investigações continuam.
De acordo com as autoridades, a quadrilha era estruturada em diferentes núcleos. O grupo operacional captava clientes interessados em burlar o sistema, enquanto o núcleo técnico, composto por profissionais com formação em informática, realizava as manipulações no sistema do Detran. Já o setor financeiro intermediava os pagamentos pelos “serviços” ilegais prestados.
A investigação teve início após o próprio Detran identificar movimentações suspeitas no sistema e acionar a Polícia Civil. A partir disso, um recorte de 20 dias do período investigado revelou o esquema milionário. O prejuízo total ainda está sendo calculado e pode ser ainda maior.
O policial militar preso na operação estava cedido ao Detran há vários anos e, segundo a polícia, tinha livre trânsito dentro do órgão. Seu papel era fundamental para garantir que as fraudes ocorressem sem levantar suspeitas. Além dele, outras sete pessoas foram presas, sendo seis por mandados judiciais e uma em flagrante.
As investigações continuam, e novas prisões não estão descartadas. A Polícia Civil reforçou que usuários que se beneficiaram do esquema também podem ser responsabilizados. O Detran orienta que qualquer suspeita de irregularidade seja denunciada por meio de sua ouvidoria.